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JE SUIS CHARLIE: O TERROR ESTÁ DE VOLTA ( CRÔNICA)



Vejo uma jovem senhora descendo a rua despreocupadamente pela manhã. Parece olhar distante o horizonte. Ao passar diante da padaria do bairro, de repente tudo muda: o olhar antes calmo, agora se torna tenso, olha um lado e outro, como que a farejar o perigo. O passo antes lento, agora é apressado, como que a fugir. Teria lembrado de Paris? Ou o longínquo 11 de setembro de 2001? Ou seriam as guerras entre traficantes que vez por outra estouram nas periferias das grandes brasileiras que estaria lhe vindo a mente? O que seria capaz de fazer com que alguém tão rapidamente seu semblante e suas atitudes?
Hoje, mais do que nunca, vivemos as informações que recebemos a todo instante de todas as partes do mundo na hora que acontecem. Aquela jovem senhora a descer a rua, ao ter a noticia do sombrio evento que a todos despertou neste 7 de janeiro de 2015 e, ao se deparar com o simples cair de uma bandeja de padaria entrara em pânico. Até que ponto estamos seguros?
O veiculo de comunicação atacado na capital progenitora da liberdade e da democracia modernas se prestava a produzir humor qualificado e a divertir seus leitores, aproveitando-se é claro das situações vivenciadas no mundo contemporâneo. Lógico é, que fazer humor, é cada vez mais difícil, uma vez que, ficamos pasmos com os movimentos de intolerância e censura, coisa que parecia a pouco estranha a nosso humor cearense de calçada cotidiano.
O veiculo de comunicação em questão, Charlie Hebdo, tem o costume de publicar cartuns de cunho critico, embora humorístico, a religiões, políticos, grandes corporações, inclusive criminosas. Diríamos que tais sátiras, nada mais são que produto dos gênios que compunham a revista, sobreviventes daquela esperança juvenil daquele maio de 1968.
Outra vez, surge o terror, embora a uma escala menor que o 11 de setembro, mas terror. Estaríamos a caminho de uma nova guerra contra o terror, como a que se seguiu àquele evento? Quantos inocentes terão que morrer? Estaríamos a caminho de uma guerra baseada em valores fundamentalistas?
Outro dia (18/11/2014) um ataque a uma sinagoga abateu  4 judeus que rezavam em Israel. Hoje o ataque a um meio de comunicação porque publicou uma charge satirizando um líder do Estado Islâmico. Há poucos dias uma grande produtora de cinema (a Sony Pictures) foi atacada por hackers na tentativa de impedir o lançamento de um filme, pelo fato de este satirizar um ditador. Seria este um novo período de censura aos meios de comunicação? Quem são os culpados? O Estado Islâmico? Hamas? A Coréia do Norte?

Seria de uma profunda injustiça culpar a todos os norte-coreanos por um evento e aos mulçumanos por outro. Mais injusto rotular os mulçumanos como terroristas. Seria esta a hora de promover diálogo? Não sei. Particularmente, preferia conclamar a justiça, que sejam punidos os verdadeiros culpados, por esta maldosa censura a produção artística e à comunicação.

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Asceta sou da vida e do amor e procurando estou só um remédio pra curar a ferida da tristeza e do tédio da solidão em que estou. Quero um amor que me eleve ao céu e faça-me artista ao menos melhor que o asceta que sou do amor.

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Nasci como pobre sedento de vida e amor. cresci como incipiente sempre a buscar ao mundo  e a mim entender. Ora sou só um poeta vivente padecente simplesmente sendo sou eterno incipiente.